Mala de Leitura

Buscamos resolver o problema da falta de acesso a acervos literários de qualidade e democráticos em uma região com pouco ou nenhum investimento na área de leitura e/ou bibliotecas. Com a falta de acesso, as taxas de educação básica são baixas na região, o que também é reflexo da situação brasileira. Em 2018, uma pesquisa sobre a população leitora no Brasil foi lançada pelo Banco Mundial e indicou que os estudantes brasileiros levarão mais de 260 anos para alcançar a qualidade de leitura dos países desenvolvidos. A Mala é um instrumento capaz de transportar livros com segurança, mantendo sua integridade física, mesmo durante o período em que ficam em ambientes externos, como jardins e parques em momentos mais descontraídos. A Mala transforma-se numa estante móvel, capaz de ser fixada a qualquer estrutura fixa, sendo um método sem fronteiras, que incentiva a redescoberta da relação entre o educador e o mediador de leitura, o leitor e a leitura, uma inovação na promoção da leitura.

A ação “Mala de Leitura” tem grande impacto cultural e social nas comunidades atendidas. É desenvolvido desde 2010, através da nossa Biblioteca Professor Arlindo Corrêa da Silva, fundada em 1974.

Pensando em levar as ações da biblioteca para fora dos muros e promover o acesso à literatura ao público que não tem acesso aos livros, o projeto proporciona o despertar do prazer da leitura literária, ouvindo e contando histórias de forma lúdica e atrativa.

A ação foi premiada em 2013 como o melhor Projeto de Incentivo à Leitura de todo o Brasil pela Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil. A mala comporta 40 livros e vira “estante expositora” ao ser aberta e ao final os livros são doados.

Dentre as atividades culturais vinculadas à entrega da Mala, temos: Encontros com Escritores, Contadores de Histórias, Leitura e interpretação oral da história, Dramatizações e Festival de Contos.

Como impacto cultural e social, a Mala de Leitura desempenha um papel muito importante na formação do repertório cultural do público atendido. É uma ação que democratiza o acesso à informação, por meio da construção e compartilhamento de conhecimento.

No total, a ação já beneficiou 50.159 pessoas, com a doação de 4.543 livros, em 5 (cinco) cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Belo Horizonte, Betim, Esmeraldas Juatuba e Mateus Leme.

Em geral, o público-alvo da ação são crianças, adolescentes e jovens, em situação de exclusão socioeconômica e sociocultural, pertencentes a famílias numerosas, em sua maioria mononucleares e geralmente sustentadas pela mãe ou avó. Eles sobrevivem com a ajuda de programas de transferência de renda e enfrentam diversas dificuldades, como: infraestrutura precária, desemprego, alcoolismo, violência, altos índices de homicídios, tráfico de drogas, entre outras. Como as crianças, os adolescentes e suas famílias vivem em regiões rurais, têm pouco acesso à cultura e às oportunidades de qualificação.


A ação permite o combate à discriminação, a inclusão de pessoas com deficiência e a igualdade de género, ao dar prioridade à participação de raparigas e mulheres.

A ação também atende aos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030, por meio dos seguintes objetivos:

• Promover a alfabetização universal, incluindo a alfabetização e as competências mediáticas e de informação com o apoio de pessoal especializado;
• Superar dificuldades de acesso à informação;
• Promover um serviço de rede;
• Promover a inclusão digital através das TIC;
• Promover a igualdade de género no acesso à leitura;
• Promover uma educação de qualidade;
• Preservar e fornecer acesso à cultura e ao patrimônio mundial

Em 2018, a ação foi desenvolvida e patrocinada pela FIAT e envolveu alunos, professores, pedagogos de escolas municipais da cidade de Betim, beneficiando, no total, 41 mil alunos. Em 2019, em parceria com o Projeto Criança Esperança, atendeu 5.267 crianças e jovens, por meio de 85 atividades, em 4 cidades.

Desde então, também contamos com parcerias com o Itaú Social e com o próprio Instituto Ramacrisna, referência em autosustentabilidade de projetos sociais, que dá continuidade à ação que ocorre há 13 anos.

O Instituto Ramacrisna foi um dos pioneiros na geração de recursos próprios, por meio da produção de telas desde a década de 1970, o que possibilita a autosustentabilidade ao cobrir cerca de 40% das despesas básicas da Instituição. Quando perdemos recursos por saída de um parceiro, é assim que damos continuidade às ações sociais para a comunidade, cursos, eventos ou oficinas, incluindo atividades da Biblioteca.

Atualmente chamada de “Cercas Ramacrisna”, vende para todos os estados brasileiros e todo o lucro é destinado à manutenção dos projetos do Ramacrisna. Para se ter uma ideia, os recursos provenientes das cercas cobrem 22 mil serviços por ano. Ou seja, uma compra representa uma mudança na vida de crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social.

Além disso, contamos com projetos de incentivos fiscais, doações e patrocínios que fazem parte do planejamento e são fonte de renda para manutenção das atividades.

A ação tem grande potencial de replicabilidade, dada a sua dinâmica de transporte de livros para qualquer local/cidade/instituição.

Buscamos assumir a perspectiva da leitura como um direito humano e a importância da biblioteca comunitária como espaço privilegiado para garantir esse direito. Como diferencial destacamos que a coordenação da biblioteca prima pela constante renovação e ampliação de seu acervo, priorizando a aquisição de livros recomendados pelos sites da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil – FNLIJ, Educar para Crescer, Eco Futuro, entre outros.

Desde 2010, o projeto foi replicado para 109 instituições, entre escolas municipais, estaduais, creches, abrigos e maternidades, em 5 cidades mineiras.

Porque o MIT SOLVE é fundamental na promoção de ações educativas, que impactam milhares de crianças, adolescentes e jovens.